Um dia, contra todas as leis da física
Vai que este céu desaba e quebra toda sua opala leitosa!
Farto de ser alvo de tantos olhares desesperados, de projéteis mortíferos
que, reluzentes de fogo cortam sua calma com um rastro de pólvora e fumaça,
vai que a carcaça azul de sonhos suspendida
se farta do peso onírico e dos fantasmas da morte, e como uma pele morta se descola!
Ah, a Senhora Bovary como que perdida em tamanha miragem
cozeria o estranho tecido celeste, cingindo-o à sua cintura como uma corda!
O céu adoecerá antes que o mundo morra
e o espelho azul, oxidado, inclinará sobre vossos rostos
a verdade explícita em sua superfície acidentada:
O lar de vossos deuses está acabado, assim como a matriz dos sonhos de seus filhos,
caindo sobre o solo as andorinhas mortas.
Alessandra M. P. Oliveira
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
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2 comentários:
Nossa, Alessandra, adorei, lindo!
Bjo gde,
Débora Hallwass
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