Não sei bem ao certo se é por coisa pouca, mas que eu sofro demais sofro. Na verdade sofro demais mais pelo que não deveria e menos pelo que talvez devesse. Não sei se isso faz algum sentido, mas eu acabo sempre me descabelando e quando percebo já resolveu. Em contrapartida, nas situações as quais muitos se descabelam, estou sempre bem penteada, calma e dizendo que passa, tudo passa e realmente... passa.
Sempre achei as pequenas coisas as piores, e hoje constato que são. Elas são imprevisíveis, recorrentes, independentes do que façamos, amaldiçoadas, e tudo que tiverem direito de ser!
E na minha vida ainda são mais, são constantes!
Ah como cansa sempre ter algo pequenino e chato pra resolver. Vai juntando tudo e me diz se não enche um caminhão? Enche!!! E transborda! Sem contar o corre corre, o liga pra lá e pra cá, o fala com um e com outro, o não resolve, não descobre, o acho isso e o outro aquilo, as indefinições e as dúvidas e por fim, o problema lá, no mesmo lugar. Sorrindo ironicamente. Ai de mim se pensar "não falta mais nada". Viro a Jane do desenho do Tarzan, sabem qual? Quando ela reclama que está presa num abismo e aí... chove.
Vamos lá pessoal, assumam, com vocês é assim também? Pequenas coisas, pequenos incômodos, grandes proporções.
Preciso fazer as pazes com os imprevistos porque pelo visto eles gostam de mim e eu, não sei como, os atraio. Tenho que reconhecer que uma vida atribulada me parece mais interessante que o marasmo do dia a dia. Mas será que sempre procuramos pelo que temos? Ou às vezes existe um imã? Será que o que temos não procura por nós?
Para quem acredita, eu deveria comprar um pé de arruda. Aliás, não deve ter sido à toa que o meu, por mais pesado que o pote fosse - e era-, vôou da janela sei lá para onde! Apenas não estava mais lá um dia.
A questão é que no fim, acho que somos nós mesmos quem complicamos tudo.
O que era simples se torna complexo e o complexo parece então mais fácil.
Mas porque tanta dificuldade em lidarmos com isso? - ou apenas minha.
Eis algumas palavras antigas...
"Sem rumo algum vou seguindo
A dúvida já não mais incomoda como outrora
pois hoje vivo com a certeza de simplesmente nada saber
Venho de um lugar sem memórias e caminho pelo curso da vida
Não sei se sinto demais ou se me anestesiei
Apenas quando bate o desespero, que nem ao menos sei de onde vem
posso perceber que ainda estou viva, numa vida morna
Que varia em tanta agitação que não consigo acompanhar
O tédio e o marasmo intercalam com a tristeza e o desânimo
O abismo sorri para mim às vezes sussurrando
palavras quase que acolhedoras
mas o vento passa e leva consigo a ilusão de uma fácil realização
Frente a essa realidade que açoita meu corpo cansado
vou fazendo tudo errado sem saber como mudar
Sem a menor crença de ajuda possível,
a solidão em que afundo grita agudamente para mergulhar
e sem braços que me sustentem eu questiono
Talvez seja mais fácil se entregar
Mas o incômodo tramado não sei por quem
tem tamanho domínio sobre mim que não consigo ignorá-lo
Então, vou vivendo assim entre os limites
incomodada e satisfeita, atribulada e entediada
empolgada e desanimada, feliz e triste
Com raros toques de satisfação total."
luaazul_ 13.06.08
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
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Um comentário:
Ai, como entendo bem isso, minha cara...Pior, sou um ser demasiado dramática, pelo menos você mantém seu penteado( que eu adoro, inclusive). As pequenas coisas realmente incomodam (prefiro levar logo uma mordida de cachorro do que vinte picadinhas de formigas! nada pior para a ansiedade que a imprevisibilidade!Me lembro de uma frase "A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas."
Tem hora que o jeito é desencanar, porque, sim, nós complcamos as coisas mais ainda! Afinal, somos seres complexos em constante adaptação.
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