sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Mulheres

Hoje eu vou falar de mulheres!
Vou falar das mulheres que admiro, de suas dores, de sua coragem.
Não vou gastar meu tempo, seu tempo, falando das mulheres que envergonham o espírito feminino, mas sim, daquelas que todos os dias o elevam.

O difícil não é ser mulher, não é se adquear a um mundo ainda machista ou lidar com os outros. O difícil talvez seja mostrar que as mulheres são diferentes sim, mas que isso não as diminui em nada. E que cada característica desse feminino que aparenta tanta fragilidade, mas possui tanta força, é uma característica a qual se orgulhar. Pois sentir além do que parece possível, pois representar a leveza da vida, o arquétipo da emocionalidade e do lúdico, enfim, não há nada mais belo. E a praticidade, a objetividade e racionalidade? Não estamos nada longe de aprendê-las, pelo contrário, muitas convivem com elas há muito tempo. Podemos norsperder, quem nunca se perde? Mas o importante é que nos encontramos.

Há mulheres que se negam, que se adequam, que se sentem inferiores. Há mulheres que vivem, que batalham, que reconhecem seus valores e não se diminuem. A mulher deve ser bela e não me refiro externamente; ela precisa ter alma de criança, a eterna criança que se permite viver, só assim consegue ser feliz.

Na psicologia junguiana falamos em arquétipo feminino e masculino, e em suas energias correspondentes. Tanto homens como mulheres possuem os dois, mas em níveis diferentes. Cada um fala da essência do homem e da mulher, mesmo ambos coexistindo . A energia masculina (animus) se orienta por metas e tem a força de vontade de avançar para realizá-las. Experimenta a excitação de novos modos de se conduzir e o contínuo surgimento de novas energias. Sustenta a tensão perfeita entre um ponto de vista firme e a entrega às forças femininas criativas interiores. Insemina e libera a criatividade do feminino.

O feminino (anima), por sua vez, contém a animalidade primordial. Conhece as leis da natureza e coloca-as em prática com implacável justiça; vive no agora eterno. Possui um ritmo próprio e mais lento que a energia do masculino. O feminino encontra o que lhe é significativo e brinca. Pode trabalhar com afinco, mas a atitude é lúdica, pois ama a vida.

Então vemos que as mulheres tem sua energia masculina, mas sua essência feminina as torna quem são, quando respeitada.

Acredito que toda mulher tem uma alma terna, uma alma felina e uma alma de criança também. Uma ternura matriarcal que as fazem querer o bem e fazer o bem a seus protegidos. Ah sim, elegemos protegidos, e como se fôssemos responsáveis por eles, tomamos suas dores, suas raivas e suas felicidades. Mas temos nosso lado individualista, felino, que quer desbravar o desconhecido e provar suas potencialidades. Que se rebela e luta se necessário. Então, quando cansamos, nossa criança apenas pede o colo tão merecido, tão desejado. Nesses momentos voltamos a ser livre, leves, bobas, alegres.

Dedico essa poesia a essas mulheres maravilhosas, em especial a essas duas que dividem esse espaço comigo e que trazem a beleza de quem são em seus olhos. Aliás, acredito que cada uma delas, assim como cada uma das belas e fortes mulheres do mundo, um dia já desejou e talvez até tenha tentado, abraçar o mundo. Porque isso talvez façaparte dessa natureza leve, doce, matriarcal, rebelde, felina e criança da mulher. ;)


ABRAÇANDO O MUNDO

Eu queria poder envolver
o mundo com meus braços
Agarrá-lo com todas as minhas forças
e não deixá-lo jamais escapar
Queria poder gritar e expressar
o calor dentro de mim
o fervor, a inquietude
Exteriorizar o que sempre procurei esconder
Chega de pudor, de perder, de temer
A hora é de buscar os sonhos
esquecidos, perdidos, abandonados
De vencer os medos; o momento é de ousar
Quebrar as barreiras e gritar ao mundo
Eu quero ser OUVIDA, VIVIDA, USADA, AMADA
Uma mulher livre, liberta, libertada, libertária
O meu lado bela, o meu lado fera
E ai de quem não gostar
Eu quero não me lixar
Eu quero ser eu e mais nada.

27.05.02 - luaazul_

2 comentários:

no disse...

De Mário Quintana

O mundo delas

" Que importa o asfalto, o cimento Isso tudo?! As meninazinhas sempre saem da escola correndo descalças sobre a relva..."

Ana disse...

Dea,

Amei o texto e a homenagem, dentre as mulheres que conheço vc é uma das únicas que ao mesmo tempo tem força, graça e sensibilidade, parece meio peiegas, mas é a verdade!

Te lo digo: sos una persona requetebuena! Te quiero mucho! Besos!