Não adianta trancar as portas, fechar os cadeados e colocar grades em sua casa contra a violência e a tristeza da massa famigerada. A realidade de um mundo hostil está aí pra quem quiser ver ou não, ou pelo menos, para quem se importa com o ponto crítico em que chegamos.
Vivemos nesses tempos sob o jugo da crise financeira, da violência, da fome, etc. e tal. Mas não é sobre isso que eu quero falar, é sobre aquilo que eu estou cansada de ouvir.
Existe uma forma de cegueira profunda, de ignorância abstémia de boas idéias e de boas novas: a do psicopata familiar-sensacionalista. Ele faz parte da sua vida social, política, profissional e/ou amorosa. Sua mente trabalha como o conteúdo dos roteiros dos jornais sensacionalistas que ele assiste ao jantar, com os olhos bem abertos fixos na televisão, enquanto leva automaticamente à boca a comida que não vê e nem sente o gosto.
Ele não é mau, ele só é ordinário e cheio de tédio.
Ele pode ser um amigo(a), um companheiro(a), um(a) colega de trabalho ou até mesmo seus pais. Você é quem sentirá, primeiramente, na pele os sintomas deste distúrbio sócio-mental, pois eles afetam diretamente o conviva do PFS (ou FDP) , sintomas tais como: ressaca moral, desânimo, desilusão, desistência e pessimismo infundado. Geralmente isso acontece quando você conta suas novas idéias e planos para o PFS, ele vai tentar te convencer de que não vai dar certo pois, é arriscado, impossível ou ridículo o que você vai tentar fazer para conseguir algo além de mais do mesmo.
O PFS não é um depressivo propriamente dito, por não possuir profundidade ou auto-reflexão suficiente para isso, ele é raso e de visão estreita.. Também não é um completo infeliz já que, a sua ignorância o protege dos sobressaltos da consciência e dos lampejos do espírito crítico.
Ele te agride, pois sabe que você vai pensar duas vezes antes de revidar afinal, ele faz parte da sua família. Toxicamente, sua maior arma é fazer com que você sinta culpa.
A maioria parece apresentar mais de quarenta anos de idade, já gostou de Rolling Stones em alguma época da vida (talvez quando apaixonados e livres) e passou a escutar Bryan Adams (brincadeirinha) talvez já desiludidos, depende da família. Pode muito bem ser um irmão (irmã) mais novo (a) que gosta de coisas muito parecidas com as que você aprecia, mas que no fundo, tem uma mentalidade defasada.
Podem apresentar talento súbito (lá vem o sarcasmo...) para a escrita de livros de auto-ajuda, que quase sempre são uma péssima escolha de presente para se dar a um suicida ( ou para qualquer pessoa). Mas também pode ser seu(sua) irmão(irmã) mais novo (a) e gostar de coisas muito parecidas com que as que você gosta, mas não gostar o bastante de si mesmo para gostar das pessoas como elas são.
* Livro de auto-ajuda, leia-se: livro que ajuda o próprio escritor a desabafar seus problemas durante a escrita do mesmo. Não ajuda o leitor. O leitor faz o papel do psiquiatra que paga para ler o depressivo, e que fica deprimido com tal leitura.
Para o psicopata familiar-sensacionalista emagreceu é câncer, engordou é gestante. As coisas do passado lhe parecem imperecíveis, indeléveis, mais impertinentes que otite em orelha de gato.
O PFS tem o talento de fazer com que suas obrigações para com os outros se pareçam com favores que custam caro, pois a vida é muito, muito difícil e o tempo dele é precioso.
É bom ressaltar, por medida de precaução, que o Psicopata familiar-sensacionalista não tem um senso de humor bem desenvolvido. Uma brincadeira pode facilmente lhe soar como ofensa, é como aquele que não sabe rir de si mesmo mas é um exímio onanista cômico: adora contar piadas que só ele ri, o imaturo é você!
Relacionamentos amorosos são complicados para os PFS. Inseguros, só amam aqueles que dependem deles, mas juram não depender de ninguém e juram que você depende deles!
A questão é, a vida é complicada mesmo, principalmente quando temos alguém pra azedar as expectativas das coisas que lutamos para conseguir, como se já não bastasse o idiota histérico de alguns jornais gritando na tv, desrespeitando a inteligência e a hora do jantar do telespectador boquiaberto, para a pessoa ainda ter que aguentar mais esse segundo clichê (metáfora jornalística) em suas casas e em suas vidas.
Nanã, uma cozinheira meiga e sabida que trabalhava lá em casa dizia: “- Meu bolo não cresce quando tem olho dessa gente em cima, estraga tudo!”
Não há o que fazer, mantenha uma certa distância de pessoas assim.
É perdoar a pobreza de espírito alheia, não ter pena e se segurar pra não mandar a mão.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
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Um comentário:
Eu já havia recebido esse seu texto uma vez por mail e não comentei, mas desta vez não tem como. Eu tive que reler e tenho que comentar hehehehehe
Fantástico! Eu fico pensando aqui com minhas idéias confusas sobre de onde você tirou esse texto porque ele fala muito, de uma maneira ótima de ler, e enfim, muito boa a sacada Alê!
Adorei mesmo ;) Estilo muito autêntico e um assunto nem tão fácil de desenvolver né?
Eu acho que conheços alguns PFS
bjossssss linda!
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